Testemunho da Andreia

Eu, Andreia Filipa, de 14 anos de idade, sou uma adolescente com Artrite Crónica Juvenil. Tinha eu 8 anos de idade quando tudo começou.   Estava na praia em férias de A.T.L. e quando me dirigi a casa senti muitas dores no pé direito e na mão direita e comecei a coxear. A minha mãe perguntou-me o que tinha acontecido na praia e eu respondi que não sabia.

Só que tinha muitas dores. Então, a minha mãe começou a ver que as dores não passavam e levou-me de urgência ao hospital, onde depois de fazer vários exames, diagnosticaram que tinha uma artrite crónica.

Toda a minha vida, a partir deste momento, se modificou. Deixei de correr e deixei de escrever com rapidez, enfim tudo se modificou. Passado um ano fui operada de urgência à anca direita, porque deixei de andar e tive de ser operada. Tive um mês na cama com pesos nas pernas, coisa que é horrível para qualquer pessoa. Mas, enfim tinha de ter coragem, portanto, a vida continuava.

Passado um ano tive de ser novamente operada à anca, porque não tinha dado certo a primeira operação. Sentia-me cada vez mais triste, mas tinha sempre fé em Deus e que os outros dias melhores iriam chegar.

Passados dois anos fui novamente operada, mas desta vez às mãos, porque já não conseguia pegar numa caneta, faltando mais um tempo às aulas. Correu tudo como Deus quis.

Hoje, passado um ano já pego na caneta e escrevo. Sinto-me melhor em todos os aspectos, não só fisicamente mas psicologicamente devido ao acompanhamento que tenho recebido, tanto da minha família como também dos médicos Dr.ª Sara Freitas e Dr.ª Mesquita Fontes, os quais têm sido incansáveis para comigo, têm-me dado o acompanhamento necessário, entretanto, fizeram muito por mim e a felicidade que tenho hoje devo a eles.

Continuo a ter fé em Deus, porque quero tirar o curso de Geóloga e espero poder entrar na faculdade sem nenhum problema apesar de ter a doença que tenho. Por isso, eu deixo um apelo a todas as crianças e jovens, que por termos esta doença não quer dizer que seja o fim do mundo. A única coisa que temos que aprender é que existem doenças piores que a nossa, por isso vamos encarar a vida como ela é e sem preconceitos.

Andreia Filipa (sócia da ANDAI)

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